Como comemorar a Fundação da SSVP, em Paris, ensinando que aos olhos do Beato Frederico Ozanam, a fé sem caridade não tinha o menor sentido, começou a história da Sociedade de São Vicente de Paulo, uma história que já transformou a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo, mudou a sua vida e a minha!
Agora, passados quase 192 anos (140 anos em Goiás) deste marco na vida da Igreja Católica, nem todas as pessoas que frequentam as nossas Conferências conhecem o início desta linda história e, por não conhecerem, perdem a oportunidade de se conectarem com a experiência fundante, original, assim como o Espírito Santo a suscitou.
Hoje falamos muito dos elementos essenciais das Conferências num esforço de preservá-los, mas se as pessoas soubessem que estes não foram inventados por alguém, porém suscitados pelo Espírito Santo, provavelmente teriam mais cuidado em não ignorá-los ou substituí-los por outras práticas religiosas. Depois daquela reunião da Sorbonne, aqueles que foram aclamados em nossas Festas Regulamentares eram impelidos pelo Espírito a vivenciar o caminho a Deus, pois, Frederico Ozanam agarrava-se muito à defesa da fé católica. Foi por isso que, com numerosos estudantes que partilhavam com ele, se dirigiu em 1833 ao Arcebispo de Paris, Mgr. de Quélen, para ele fazer uma prédica forte e convincente dirigida ao grande público – em particular – à juventude – na catedral de Notre Dame de Paris. Foi assim que nasceram, depois de dois anos de negociações, as célebres “Conferências de Nossa Senhora” às quais Henrique Lacordaire deu, logo de seguida, cartas de nobreza. Passaram então a se encontrar regularmente, e nestes encontros faziam aquilo que o Espírito os conduzia a fazer, praticavam a caridade, e partilhavam a Palavra, E logo o coração abrasado de nosso patrono, São Vicente de Paulo e do amor de Deus se espalhou pelo mundo.
Assim nasceram os elementos essenciais da Conferência de París e assim devem ser os nossas conferênicas, um lugar onde as pessoas são genuinamente proclamadas vicentinas, aonde a Palavra de Deus é dita, e tornando-nos sinal do amor misericordioso, onde o carisma vicentino se manifesta, os Pobres são visitados, aonde acontece o perdão, a reconciliação, aonde um ajuda o outro a carregar os seus fardos. A melhor comemoração daquela primeira reunião na Sorbonne, é fazer de nossas conferências um lugar assim!
Pode-se, também, contar a história, em todas as partes do mundo, de como tudo começou através de uma boa reação com as Comunidades, pois, nossa Igreja aguarda a visita do Consolador – o Espírito Santo e jubila-se porque n’Ele cremos, nos movemos e somos.
Como outra ação, a conferência pode incentivar as pessoas a lerem a Regra, que conta em detalhes como tudo começou.
Ou seja, a Conferência deve realizar ações para resgatar essa história com o objetivo de gerar um profundo sentido de identidade e de pertença, valorizando aquilo que Deus nos chamou a ser na Igreja e para o mundo.
Enzio Henrique Duarte Ribeiro – Decom do CM Goiânia



